“Execução” é uma palavra interessante pela sua ambiguidade. Ela significa executar um plano ou uma ação, mas ao mesmo tempo também pode significar uma sentença de morte. Mas o que isso tem a ver com a estratégia? Bom, quando líderes executam uma estratégia, eles geralmente se referem ao primeiro sentido da palavra. Mas quando seus esforços não condizem com o necessário, a execução da estratégia acaba indo por água abaixo e se aproximando do segundo sentido da palavra.
Um dos grandes problemas da execução da estratégia é a relação entre os estrategistas e os implementadores. Essas equipes são igualmente essenciais, mas costumam ter pontos de vistas muito divergentes. É aí que mora o perigo da estratégia não funcionar. Confira algumas dicas sobre o assunto no artigo abaixo!
Para começar, ela não é sobre o que você pensa. É sobre como você pensa. O tipo de pensamento que guia a estratégia geralmente é diferente do que determina a implementação. Para fechar a lacuna entre a estratégia e a execução, os líderes precisam fechar várias outras lacunas menores.
Primeiro, os estilos de pensamento das pessoas que criam as estratégias são muitas vezes diferentes das pessoas que as implementam. Essa estratégia geralmente é desenvolvida por pessoas que têm uma visão abrangente, enquanto a execução geralmente é feita por aqueles com focam em áreas mais detalhadas. Além disso, a estratégia geralmente é feita por pessoas que se concentram em ideias e conexões, enquanto a implementação é feita por aqueles que se concentram em processos e ações.
Essa diferença nos estilos de pensamento se torna um problema quando a estratégia se transforma em execução. Aqueles que criam a estratégia estão muitas vezes pensando no destino, nas oportunidades e nos resultados pretendidos. Enquanto isso, os responsáveis pela implementação estão mais focados na realidade, no que será realmente necessário para que esses objetivos sejam alcançados.
Quando a estratégia é apresentada, os implementadores naturalmente fazem perguntas sobre riscos e possíveis bloqueios – o que é um pensamento natural consequente de ter um estilo de pensamento orientado pela visão de detalhes. Mas para os estrategistas focados numa visão ampla, essa atitude vinda do outro lado parece resistência. Dessa forma, eles acabam ficando na defensiva, o que pode resultar em conflitos de pensamento.
Desde o início, o relacionamento acaba sendo mais adversário do que colaborativo. Mas isso não se dá por causa de algum problema com a estratégia, mas pela diferença nos estilos de pensamentos. A solução para esse conflito é a mudança de pensamento. Os estrategistas precisam entender que as perguntas vindas dos implementadores serão diferentes das perguntas que os próprios estrategistas fazem uns aos outros e vice-versa.
Entender que esses dois (ou mais) tipos de pensamentos são fundamentais para tirar uma ideia do papel e transformá-la em algo concreto. Visão ampla e visão detalhada, ideias e ações, processos e relacionamentos. Se você vê a necessidade de mudar o comportamento de alguém que trabalhe com uma área diferente da sua, se prepare para também ter algumas de suas ideias desconstruídas e visões ampliadas.
Em um estudo denominado “efeito Ikea”, pesquisadores descobriram que as pessoas preferem projetos nos quais tiveram participação do que projetos pré-fabricados, mesmo quando o resultado é inferior. Essa pesquisa, quando aplicada à estratégia, demonstra o lado positivo de incluir stakeholders nos projetos.
Muitas vezes, as partes interessadas são mantidas fora do processo por poderem comprometer a qualidade. Mas, ao mesmo tempo, se os stakeholders forem envolvidos, eles terão uma sensação de propriedade do projeto. Dessa forma, seu resultado será mais rápido e a diversidade de pensamentos irá melhorar a qualidade da estratégia, além de facilitar a comunicação entre os criadores da estratégia e dos implementadores dela.
Sua estratégia pode ser sólida, mas o que importa para a execução não é o que é dito, mas sim o que é ouvido. A execução da estratégia é inerentemente sobre criar algo ou chegar em algum lugar novo. Mas da maneira como as pessoas costumam se conectar hoje em dia, é difícil processar algo que não está completamente relacionado com o que já sabemos e as áreas que já dominamos.
Uma boa narrativa ajuda as pessoas a se moverem do passado para o futuro. Steve Jobs, por exemplo, ao anunciar o iPhone, explicou o produto como três dispositivos: um iPod touchscreen, um novo tipo de telefone e um comunicador de internet. Ele desenvolveu um conceito – uma ponte entre algo antigo e algo novo. Essa explicação, feita de maneira eficaz, tornou possível para muitas pessoas entender a idealização de seu projeto.
O que podemos aprender com isso é: desenvolvendo uma boa comunicação, é possível transmitir boas ideias, tanto dos estrategistas para os implementadores quanto dos criadores do conjunto da obra para os consumidores.
Você só consegue medir o que você pode ver, e são seus modelos mentais – a maneira pela qual nos organizamos e damos sentido às nossas experiências – que determinam o que é visível ou invisível. É muito comum vermos essas medições como uma reflexão tardia no desenvolvimento da estratégia. O que acontece é que as pessoas veem as medidas financeiras, como o custo e a receita, como métricas suficientes para medir o progresso.
Utilizar somente dessas métricas não garante o sucesso do seu projeto. Você precisa de métricas que lhe dizem o quão bem o seu plano está sendo executado. Ou seja, você precisa de métricas que todos os colaboradores consigam entender e desenvolver. Por exemplo, se você é um treinador de basquete, essas métricas podem estar focadas em rebotes, turnovers ou assistências. Ou, se você estiver gerenciando o lançamento de um novo produto, essas métricas podem ser inscrições, pré-pedidos ou revisões de produtos gratuitas.
A execução da estratégia não precisa necessariamente ser o lugar onde as boas estratégias morrem. À medida que você está desenvolvendo sua estratégia, leve em consideração os estilos de pensamento e os modelos mentais das pessoas que serão responsáveis pela sua execução. Todas elas são importantíssimas para que a execução da estratégia seja eficiente.
Engaje todos os envolvidos no projeto, sejam eles estrategistas, implementadores ou stakeholders para gerar um senso de propriedade e aproveite a sabedoria coletiva de cada um deles. Ofereça uma narrativa que conecte a tecnologia do passado ao futuro. Tenha métricas que focalizem a atenção e motivem o comportamento em torno do que realmente fará a estratégia ser bem-sucedida. Assim, você terá uma estratégia rumo ao sucesso!
Luiza AndradeJornalista, analista de SEO e produtora de conteúdo para a Siteware. Fotógrafa nas horas vagas e completamente viciada em música e internet.
Levando pessoas e empresas mais longe.
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