Licença-maternidade: um guia completo para você!
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A licença-maternidade é uma conquista democrática muito importante para as mulheres brasileiras, pois garante um período de descanso e cuidados com a mãe e o bebê após o parto. Por isso, é fundamental que mães, profissionais do RH e os demais envolvidos estejam atentos quanto às particularidades desse momento.
Além disso, a licença-maternidade ainda gera dúvidas quanto ao seu funcionamento, principalmente porque ela passou por mudanças em 2022, pelo STF.
Por isso, neste artigo, vamos esclarecer alguns aspectos sobre a licença-maternidade, explicar como funciona o processo de concessão e ajudá-la a entender quais são seus direitos e como usufruir deles.
Para sanar as suas dúvidas, continue a leitura e confira!
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O que é licença-maternidade?
A licença-maternidade é um período de afastamento obrigatório do exercício do trabalho por parte das mulheres que estão à espera do nascimento de seu filho. É importante destacar que, independentemente do sexo da criança, a licença-maternidade é concedida. Além disso, ela também é válida para as mulheres que estejam adotando uma criança.
De acordo com os direitos trabalhistas vigentes no Brasil, o prazo de afastamento obrigatório é de 120 dias para o nascimento ou em casos de adoção de uma criança. Nesse caso, a mãe pode escolher se ausentar pelo menos um mês antes da data para o nascimento do bebê, fazendo uso dos 120 dias de ausência de direito dela.
Durante todo o período da licença maternidade, os direitos trabalhistas da mãe são assegurados por lei, como o salário completo e sem redução de férias, conforme a CLT.
Caso a mãe seja contribuinte pelo regime de Microempreendedor Individual (MEI), contribuintes individuais ou desempregada, mas que contribuiu por até 5 meses antes do parto, também tem direito às seguranças trabalhistas.
Além disso, mães que trabalham em empresas que fazem parte do Programa Empresa Cidadã, de acordo com a Lei 11.770/08, têm direito a pedir uma prorrogação, consolidando 6 meses de licença e promovendo seis meses de vida de mais qualidade para o filho.
O que é salário-maternidade?
O salário-maternidade é um benefício previdenciário fornecido que garante uma renda temporária para a mãe durante o período de afastamento do trabalho em virtude do nascimento de um filho ou ~em casos de adoção de uma criança. É um direito assegurado pela Previdência Social.
O valor do salário-maternidade corresponde ao salário de benefício da segurada, que é calculado com base nas suas contribuições previdenciárias. Existem limites mínimo e máximo para o valor do benefício, que são reajustados anualmente.
E a licença paternidade?
Assim como as mães, os pais também tem direito a uma licença. No entanto, a licença paternidade pode variar mais, já que alguns benefícios são opcionais e empresas que estão de olho em desenvolver um RH mais humanizado optam por ele.
Algumas características da licença paternidade são:
- Duração: a duração da licença paternidade no Brasil foi ampliada em 2016 por meio da Lei nº 13.257/2016. Atualmente, os pais têm direito a 5 dias úteis de afastamento remunerado, contados a partir do dia do nascimento da criança. Esse período é válido para todos os pais, independentemente de serem biológicos ou adotivos.
- Remuneração: durante os dias de licença paternidade, o pai tem direito a receber sua remuneração integral. Isso significa que ele continuará a receber seu salário como se estivesse trabalhando normalmente, sem prejuízo financeiro.
- Forma de uso: os 5 dias de licença paternidade podem ser usados de forma contínua ou fracionada, desde que seja acordado com o empregador. Isso permite que o pai possa escolher a melhor forma de se adaptar às necessidades da família.
- Documentação: para usufruir da licença paternidade, o pai deve informar ao empregador sobre o nascimento do filho e apresentar os documentos necessários, como a certidão de nascimento da criança.
O que é licença amamentação?
De acordo com a legislação brasileira, a trabalhadora ao retornar da licença-maternidade tem direito a dois descansos especiais de 30 minutos cada um, durante a jornada de trabalho, para amamentar seu filho até que ele complete 6 meses de idade. Esses intervalos são chamados de “pausas para amamentação“.
As pausas para amamentação podem ser utilizadas pela mãe para amamentar o filho no próprio local de trabalho ou próximo a ele, desde que isso seja acordado com a empresa.
É possível unir licença-maternidade e férias?
No Brasil, a legislação permite a união da licença-maternidade com as férias, desde que seja uma escolha da profissional. A Consolidação das Leis do Trabalho estabelece que a trabalhadora tem direito a usufruir de suas férias antes ou depois do período de licença-maternidade, de acordo com a sua vontade.
É importante ressaltar que a união da licença-maternidade com as férias é uma opção da trabalhadora, e o empregador deve respeitar essa escolha. Além disso, mesmo que as férias sejam usufruídas antes do início da licença-maternidade, a trabalhadora continua tendo direito ao período completo da licença-maternidade, de acordo com a legislação vigente.
Direitos da mãe na licença-maternidade CLT
Durante a licença-maternidade, a mãe possui diversos direitos garantidos por lei. Esses direitos têm o objetivo de assegurar que a mãe possa se dedicar ao cuidado do filho recém-nascido ou adotado, além de garantir a sua recuperação física e emocional pós-parto. Abaixo estão alguns dos principais direitos da mãe durante a licença-maternidade no Brasil:
- Afastamento remunerado: a mãe tem direito a se afastar do trabalho por um período mínimo de 120 dias (4 meses) após o parto ou adoção. Em caso de complicações no parto ou necessidade de maior tempo de recuperação, esse prazo pode ser estendido para até 180 dias (6 meses).
- Estabilidade no emprego: durante a licença-maternidade e até cinco meses após o parto ou adoção, a mãe possui estabilidade no emprego, o que significa que não pode ser demitida sem justa causa nesse período.
- Salário-maternidade: durante a licença-maternidade, a mãe tem direito a receber o salário-maternidade, que é um benefício pago pelo empregador ou pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O valor corresponde ao salário integral da mãe, limitado ao teto estabelecido por lei.
- Pausas para amamentação: além da licença-maternidade, a mãe tem direito a dois descansos especiais de 30 minutos cada um durante a jornada de trabalho, conhecidos como pausas para amamentação, até que o filho complete 6 meses de idade. Essas pausas são destinadas à amamentação do bebê e podem ser realizadas no próprio local de trabalho.
- Flexibilidade de horário: durante a amamentação, a mãe pode negociar com o empregador a possibilidade de ajustar seu horário de trabalho para facilitar a amamentação ou para lidar com os cuidados do bebê.
- Proteção contra discriminação: a mãe está protegida contra qualquer forma de discriminação e capacitismo relacionada à maternidade, seja durante a licença-maternidade ou após o seu término. É proibido demitir, reduzir salário, negar promoções ou prejudicar a carreira da mãe em virtude da maternidade.
Recursos Humanos mais estratégico na licença-maternidade
O setor de Recursos Humanos (RH) desempenha um papel importante para tornar a licença-maternidade uma questão estratégica na organização e influenciar a cultura organizacional de forma positiva.
A seguir, confira algumas maneiras de como o RH pode ser mais estratégico em relação à licença-maternidade e como a cultura organizacional pode entrar nesse processo:
#1 Políticas e práticas inclusivas
O RH pode desenvolver políticas e práticas inclusivas que valorizem a maternidade e promovam a igualdade de oportunidades para as mulheres. Isso pode incluir benefícios adicionais, como ampliação da licença-maternidade, licença-paternidade estendida, programas de retorno ao trabalho após a licença e flexibilidade de horários para mães trabalhadoras.
#2 Comunicação clara e transparente
Além disso, o RH pode garantir que todas as informações relacionadas à licença-maternidade sejam comunicadas de forma clara e transparente para as colaboradoras.
Isso inclui orientar as gestantes sobre seus direitos, prazos, documentação necessária e procedimentos de solicitação da licença. A comunicação transparente reforça a confiança e a segurança das colaboradoras em relação ao apoio oferecido pela empresa.
#3 Sensibilização e treinamento
O RH também pode promover treinamentos e sensibilização para gestores e equipes sobre a importância da licença-maternidade, a necessidade de apoio e compreensão durante esse período, bem como a prevenção de discriminação e estereótipos relacionados à maternidade.
Essas ações contribuem para criar um ambiente de trabalho acolhedor e respeitoso.
#4 Apoio no retorno ao trabalho
O RH pode oferecer suporte no processo de retorno ao trabalho após a licença-maternidade. Isso inclui a elaboração de planos de reintegração, programas de apoio emocional, flexibilidade de horários e acompanhamento adequado das necessidades da mãe no ambiente de trabalho.
Essas medidas ajudam a facilitar a transição e a promover a conciliação entre vida profissional e pessoal.
#5 Cultura de valorização da maternidade
A cultura organizacional desempenha um papel crucial na forma como a licença-maternidade é encarada na empresa. O RH pode trabalhar em parceria com os líderes para criar uma cultura que valorize a maternidade, a diversidade e a inclusão.
Isso envolve reconhecer e celebrar a chegada de novos membros à família, criar um ambiente de trabalho que apoie a parentalidade e promover a igualdade de oportunidades para mulheres antes, durante e após a licença-maternidade.
Como solicitar a licença-maternidade?
Aqui está um guia básico sobre como fazer a solicitação da licença-maternidade:
Passo 1: Informe o empregador
Assim que souber da gravidez, é importante informar ao seu empregador sobre a gestação. Essa comunicação pode ser feita por escrito, por meio de um documento como um e-mail ou carta. Informe a data prevista para o parto e manifeste o seu desejo de usufruir da licença-maternidade.
Passo 2: Atendimento médico
Faça o acompanhamento pré-natal com um médico ou uma equipe de saúde. Durante as consultas, você receberá os atestados médicos e demais documentos necessários para comprovar a gravidez e a necessidade da licença-maternidade.
Passo 3: Atestado médico
Solicite ao médico que lhe forneça um atestado médico contendo as informações sobre a gravidez, a data prevista para o parto e a recomendação de afastamento do trabalho. Esse atestado é fundamental para comprovar a necessidade da licença-maternidade.
Passo 4: Documentação necessária
Providencie os documentos exigidos para a solicitação da licença-maternidade. Esses documentos podem variar, mas geralmente incluem cópias do atestado médico, carteira de trabalho, RG, CPF e comprovante de residência. Verifique junto ao RH da empresa ou ao órgão responsável quais são os documentos específicos exigidos no seu caso.
Passo 5: Entrega da documentação
Após reunir todos os documentos necessários, entregue-os com antecedência ao setor de recursos humanos da sua empresa ou ao órgão responsável pelo processamento da licença-maternidade. Geralmente, é preciso preencher um formulário específico para a solicitação.
Passo 6: Acompanhamento do processo
Acompanhe o andamento do processo de concessão da licença-maternidade. Verifique se toda a documentação foi entregue corretamente e se não há nenhum problema pendente. Mantenha-se em contato com o setor responsável para garantir que tudo esteja em ordem.
Passo 7: Recebimento do salário-maternidade
Se você for uma trabalhadora formal, o salário-maternidade é pago pelo empregador. Caso seja contribuinte individual, facultativa ou desempregada, o pagamento é realizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Por isso, fique atenta às datas de pagamento e verifique se está recebendo corretamente.
Como funciona a estabilidade após a licença-maternidade?
Após o término da licença-maternidade, a mãe possui um período de estabilidade no emprego, garantido por lei. Essa estabilidade tem o objetivo de proteger os direitos da trabalhadora e garantir a segurança no emprego após o retorno da licença. Veja como funciona:
- Prazo de estabilidade: a mãe tem garantia de emprego durante o período de 5 meses após o término da licença-maternidade. Ou seja, mesmo que a licença tenha durado 4 ou 6 meses, a estabilidade tem duração fixa de 5 meses a partir do fim da licença.
- Demissão sem justa causa: durante o período de estabilidade, a trabalhadora não pode ser demitida sem justa causa. Isso significa que o empregador não pode rescindir o contrato de trabalho da mãe nesse período, a menos que existam motivos graves que justifiquem a demissão.
- Exceções: vale ressaltar que a estabilidade não protege a mãe em casos de demissão por justa causa, ou seja, se a trabalhadora cometer uma falta grave que reflete na imagem da empresa que justifique a demissão, a estabilidade não impede a dispensa. Além disso, a estabilidade não se aplica em casos de contrato de trabalho por prazo determinado, como contratos temporários ou de experiência, desde que a data de término do contrato esteja estabelecida previamente.
- Garantia de reintegração ou indenização: caso a trabalhadora seja demitida sem justa causa durante o período de estabilidade, ela tem direito à reintegração no emprego, ou, caso não deseje ser reintegrada, tem direito a receber uma indenização equivalente aos salários e demais direitos que teria recebido caso permanecesse no emprego até o final da estabilidade.
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