Em meio ao dinamismo do mundo corporativo, os profissionais de Recursos Humanos (RH) enfrentam diariamente desafios que vão além da gestão de talentos, como os processos de demissão. A demissão sem justa causa, em particular, é um cenário que demanda uma abordagem meticulosa, pautada não apenas na empatia e no respeito ao colaborador desligado, mas também em um profundo conhecimento da legislação trabalhista.
Dessa forma, este artigo visa ser um guia prático e informativo, destinado a você, profissional de RH, oferecendo insights e orientações sobre os processos de demissão, garantindo que cada etapa seja conduzida de maneira ética, legal e, sobretudo, humana.
A seguir, te apresento um guia completo com tudo o que você precisa saber sobre a demissão sem justa causa. Continue a leitura e confira!
A demissão sem justa causa ocorre quando a empresa decide encerrar o contrato de trabalho com o colaborador sem que haja um motivo grave ou uma violação séria das obrigações contratuais por parte deste.
Na legislação trabalhista brasileira, especificamente na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), este tipo de demissão não requer que a empresa apresente uma razão legal para o desligamento, dando liberdade para que a organização tome essa decisão baseada em suas necessidades internas, estratégias ou qualquer outro motivo que não envolva falhas comportamentais ou profissionais graves do trabalhador.
Embora a demissão sem justa causa seja um direito do empregador, é fundamental que o processo seja conduzido com ética, transparência e humanização, garantindo que o colaborador seja tratado com dignidade e respeito durante todo o processo.
Além disso, a comunicação clara sobre os próximos passos, o suporte durante o desligamento e a oferta de programas de outplacement podem ser práticas valiosas para minimizar o impacto da demissão e auxiliar o profissional em sua recolocação no mercado.
A demissão de um colaborador pode ocorrer sob diferentes circunstâncias e, na legislação trabalhista brasileira, as modalidades de demissão sem justa causa e por justa causa apresentam distinções significativas tanto nas razões que as motivam quanto nas consequências para o colaborador e a empresa.
Dessa forma, ambas as modalidades de demissão demandam uma gestão cuidadosa e alinhada com os princípios legais e éticos.
Na demissão por justa causa, é crucial documentar e comprovar adequadamente os atos que a motivaram, enquanto na demissão sem justa causa, a atenção deve estar voltada para garantir que todos os direitos do trabalhador sejam respeitados e que o processo seja conduzido com empatia e suporte.
Algumas características na demissão por justa causa envolvem:
A garantia de que todos os direitos do trabalhador sejam respeitados não apenas salvaguarda a empresa de possíveis implicações legais, mas também reforça uma imagem positiva da organização no mercado.
A seguir estão os direitos trabalhistas que o colaborador tem direito em uma demissão sem justa causa:
O colaborador tem direito a receber o salário correspondente aos dias trabalhados no mês da demissão.
Deve ser pago proporcionalmente aos meses trabalhados durante o ano da demissão.
O trabalhador pode requerer o seguro-desemprego, desde que atenda aos requisitos previstos em lei, como o tempo mínimo de trabalho.
O RH deve fornecer as guias para que o trabalhador possa sacar o FGTS e solicitar o seguro-desemprego.
Para contratos com mais de um ano, a rescisão deve ser homologada junto ao sindicato da categoria ou ao Ministério do Trabalho.
O RH deve estar atento a cada detalhe para assegurar que todos os direitos sejam cumpridos conforme a legislação. Abaixo, te apresento um guia simplificado para auxiliar na realização dos cálculos em uma demissão sem justa causa.
Saldo de Salário = (Salário/30) × Dias Trabalhados
13º Salário Proporcional = (Salário/12) × Meses Trabalhados
Férias vencidas = Salário + (Salário/3)
Férias proporcionais = ((Salário/12) × Meses Trabalhados)+ ⅓ deste valor
Multa FGTS = 0,40 × Saldo Total do FGTS
Vamos considerar um exemplo onde um colaborador com salário de R$ 3.000,00, que trabalhou por 8 meses na empresa, é demitido sem justa causa e sem aviso prévio.
A demissão sem justa causa não necessita de um motivo legal específico por parte do empregador, mas é comum que esteja atrelada a diversos fatores que podem ser internos ou externos à organização.
Por isso, a seguir, confira alguns dos motivos que comumente estão envolvidos em uma demissão sem justa causa, sob a ótica do RH.
A gestão de demissões é uma das facetas mais delicadas e complexas na atuação dos profissionais de Recursos Humanos. O desligamento de um colaborador, especialmente quando não é motivado por falhas ou comportamentos do mesmo, demanda uma abordagem que harmonize legalidade, ética e uma profunda humanização.
A documentação do colaborador deve ser meticulosamente revisada e os documentos necessários para o desligamento, preparados com antecedência. Além disso, é vital que a empresa esteja financeiramente preparada para arcar com todas as verbas rescisórias e possíveis custos adicionais que possam surgir.
O diálogo sobre o desligamento deve ser claro, honesto e direto, evitando criar falsas expectativas ou ambiguidades. O feedback, mesmo em um contexto de demissão, deve ser construtivo e focado no desenvolvimento futuro do profissional, oferecendo insights valiosos que possam auxiliá-lo em sua trajetória profissional subsequente.
Oferecer assistência psicológica e programas de outplacement, que auxiliem o colaborador a se recolocar no mercado, é não apenas uma prática ética, mas também reforça uma imagem positiva da empresa no mercado.
A Condução Ética do Processo envolve assegurar que o colaborador seja tratado com o máximo de respeito e dignidade em todas as etapas do desligamento. A privacidade do colaborador deve ser respeitada, mantendo a confidencialidade sobre os motivos e detalhes da demissão.
A comunicação interna sobre a saída do colaborador deve ser gerida de maneira transparente e sensível, e o RH deve estar preparado para suportar as emoções e possíveis inseguranças do time que permanece. A redistribuição de tarefas e responsabilidades e o monitoramento contínuo do clima organizacional são essenciais para manter a harmonia e produtividade da equipe.
Agora que você já sabe tudo sobre a demissão sem justa causa, que tal contar com uma solução tecnológica para a sua gestão de talentos?
Com um software de recursos humanos você é capaz de identificar, reter e desenvolver talentos por meio de ciclos automatizados de avaliações de competências. Um bom sistema de gestão de pessoas oferece mais autonomia ao RH, pois permite a automatização dos processos e estimula a cultura de feedbacks com uma gestão de talentos inteligentes.
E um software de gestão de RH que colabora para isso é o STRATWs One. Com ele você planeja, organiza e melhora a rotina de trabalho de toda a equipe, fazendo com que os colaboradores tenham o foco na cultura de resultados.
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