Comunicação não violenta: o que é, principais benefícios e 10 dicas de como adotar na sua empresa

CONTEÚDO

Comunicação não violenta
Comunicação não violenta

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Você sabe o que é comunicação não violenta? Bem, observa a seguinte oração:

Esse relatório que você me enviou está péssimo, incompleto, confuso. Você já trabalha aqui há mais de um ano e até hoje não sabe fazer um relatório decente?”.

As aspas acima são uma forma de expressar o que pode levar ao desgaste das relações no ambiente de trabalho e tornar o clima bastante hostil. Adotar esse tom para se dirigir a colegas de trabalho e a liderados é um exemplo de comunicação violenta, capaz de enfraquecer o desempenho individual e coletivo.

Dessa forma, muitas empresas já entenderam o quão nocivo esse comportamento pode ser e estão incentivando o uso da Comunicação Não Violenta (CNV) entre seus colaboradores.

Se você ficou interessado e quer saber mais sobre esse assunto, então te convido a prosseguir com a leitura deste conteúdo.

Nos próximos parágrafos, vamos explicar o que é CNV, como ela surgiu e por que é importante dedicar esforços para extinguir a comunicação violenta no dia a dia da sua empresa. Continue a leitura e confira!

Leia também: Exemplos de falha na comunicação em empresas: confira os 7 principais e saiba como evitá-los

O que é comunicação não violenta?

A Comunicação Não Violenta (CNV) é um estilo de comunicação que prioriza a conexão emocional, o respeito e a honestidade. Baseado no trabalho do psicólogo Dr. Marshall Rosenberg, é um modelo de comunicação que se concentra na comunicação assertiva, que é uma abordagem direta e gentilmente honesta para se comunicar de forma produtiva.

A lógica é que esse tipo de comunicação ajude a identificar a causa raiz dos problemas e não apontar um culpado, como muitos acabam direcionando seus esforços.

Dessa forma, a comunicação não violenta se concentra em trabalhar para solucionar problemas de forma justa e no desenvolvimento de conexões saudáveis entre as pessoas. Para isso, é usada para enfrentar questões difíceis, porque ela ajuda a manter a convicção de que todos têm seu próprio valor em qualquer relação.

Além disso, ela aborda as reais necessidades por trás das ações, favorecendo um ambiente onde todos são ouvidos e valorizados.

Para as empresas, a comunicação não violenta melhora o ambiente de trabalho e leva a um melhor desempenho dos colaboradores, pois fornece uma ferramenta para a comunicação saudável entre pares e colegas de trabalho. Para isso, é utilizado a prática do feedback acompanhada da CNV.

template feedbacks

Assim, o colaborador sente que está sendo instruído e orientado em vez de achar que está sendo julgado ou criticado. Isso, de forma coletiva, é excelente para a melhora do clima organizacional da empresa.

Qual a origem da comunicação não violenta?

O conceito de comunicação não violenta foi desenvolvido na década de 1960 pelo psicólogo Marshall Rosenberg. Naquela época, os Estados Unidos vivia forte tensão social provocada pela segregação racial.

Dessa forma, Rosenberg, criou a metodologia de comunicação não violenta para ajudar escolas que queriam dar fim a essa realidade de discriminação. Para isso, era preciso adotar uma postura mais apaziguadora com vista a melhorar a convivência entre brancos e pessoas pretas.

Na atualidade, praticar a comunicação não violenta pode aprimorar o relacionamento no âmbito pessoal e profissional ao ser aplicada em qualquer ambiente, por isso, muitas empresas, com foco nos gestores de Recursos Humanos, já entenderam o valor dessa prática e estão promovendo ambientes em que esse tipo de comunicação possa acontecer, como a cultura do feedback.

Assim, mesmo em ambientes online, como profissionais que atuam no home office, podem e devem resolver os conflitos diários com base na cultura da comunicação não violenta.

Cultura de feedback

Esse método de comunicação não defensiva se pauta na capacidade de ouvir o outro sem fazer juízo de valor e na busca por um meio termo entre as partes.

Leia mais: Gestão da comunicação empresarial: confira 6 dicas para se conectar com seus colaboradores

Os 4 componentes da CNV

A comunicação não violenta é composta por 4 componentes. Eles não são necessariamente quatro passos, mas sim componentes. Confira cada uma delas:

1- Observação

Na comunicação não violenta, a observação é componente de separar o fato da avaliação. Repare as seguintes frases:

  • Maurício chegou ao serviço atrasado.
  • Maurício chegou no escritório às 08h30.

Repare que o fato do Mauricio ter chegado ao escritório às 08h30 pode de fato consumar como um atraso, no entanto, é importante deixar a avaliação de lado e focar no fato. Isso porque quem escuta a primeira frase pode entender que o Maurício chegou às 10h, por exemplo.

2- Sentimentos

Boa parte da população não teve uma alfabetização emocional. Por conta disso, é comum que as pessoas misturem sentimentos com o que Marshall Rosenberg chamava de pseudo-sentimentos.

Dessa forma, é comum que quando perguntado sobre “como você se sente quando o seu colega do trabalho não te dá bom dia” a pessoa responda “eu sinto que ele não me respeita“, por exemplo.

Na verdade, isso é um pseudo-sentimento. Ou seja, é bem provável que a pessoa se sinta chateada ou triste, mas carrega pseudo-sentimentos que são cheios de avaliações.

Na comunicação não violenta, aprendemos que os sentimentos verdadeiros (e conseguir repassar eles) ajudam a aproximar as pessoas.

3- Necessidades

Para entender mais sobre as necessidades da comunicação não violenta, o americano Marshall Rosenberg afirmava que: “Por trás de toda ação, existe uma necessidade humana universal“.

Nesse caso, todas as pessoas, seja ela um gestor, estagiário ou analista, possuem necessidades universais e são elas que movem as suas ações nas mais diversas situações.

Dessa forma, quando o líder pede um relatório para às 08h da manhã da segunda-feira, por exemplo. Em alguns cenários, a primeira reação do analista é acreditar que o gestor dele está de marcação com ele e que está querendo apenas prejudicar a sua performance na empresa. Afinal, ele vai precisar chegar super cedo na segunda para construir o relatório.

O que ele não sabe, por exemplo, é que ao meio-dia, o líder dele precisará apresentar aquele mesmo relatório para o CEO. Assim, no lugar de carregar o seu discurso de avaliações e sentimentos, seria mais fácil se o seu gestor compartilhasse com o seu liderado a sua necessidade (de se preparar para o relatório com antecedência) enquanto o analista também apresente as suas necessidades (de ter tempo hábil para produzir o relatório sem que isso implique que ele madrugue na empresa).

Ou seja, compartilhar com o outro as suas necessidades é o primeiro passo para a mediação de conflitos no ambiente empresarial.

4- Pedidos

O quarto componente da comunicação não violenta são os pedidos. No ambiente de trabalho é muito comum ouvir: “não gosto de pedir as coisas porque vou incomodar o outro“.

No entanto, esse cenário não acaba aí. Isso porque é bastante comum que quando não pedimos algo, acabamos nos frustrando e isso gera um ambiente profissional pouco saudável.

Dessa forma, ao realizar um pedido, seja claro e objetivo. Mostre para a pessoa quais são as suas necessidades e sentimentos na hora de realizar um pedido e dê a ela a oportunidade de dizer sim ou não. Afinal, se ela não puder dizer um não, isso é um pedido, e não uma exigência.

Quais os benefícios de implementar a comunicação não defensiva?

A implementação da comunicação não violenta pode trazer vários benefícios para a sua empresa e se tornar uma ferramenta poderosa para impulsionar o desempenho de seus colaboradores. Além disso, criar um ambiente profissional saudável será fundamental para reter talentos e claro, atrair novos.

Por isso, confira abaixo alguns dos principais motivos que fazem da CNV uma prática importante para o dia a dia da sua empresa:

  • Fortalecimento dos vínculos humanos;
  • Maior entendimento sobre as motivações das outras pessoas;
  • Compreensão a respeito do impacto de nossas atitudes e falas;
  • Diminuição de conflitos e melhoria na gestão destes;
  • Criação de um ambiente acolhedor;
  • Colaboradores se sentem mais confortáveis para expressar o que sentem;
  • Facilidade para chegar a consensos;
  • Promoção da empatia e incentivo ao diálogo.

Veja mais: Ferramentas de comunicação empresarial que estão revolucionando a maneira de trabalhar

Se você está com problemas de comunicação em sua empresa, aqui vão algumas dicas que podem ajudar você:

info comunicacao fb 1 Comunicação não violenta: o que é, principais benefícios e 10 dicas de como adotar na sua empresa

10 dicas de como adotar a comunicação não violenta

Agora que você já sabe o que é CNV e os benefícios da comunicação não violenta, separamos aqui 10 dicas que vão te ajudar na adoção desse método com os colaboradores da sua empresa.

  1. Evite fazer juízo de valor durantes as conversas;
  2. Pratique a empatia que procure se colocar no lugar de seu interlocutor;
  3. Escute o que o outro tem a dizer sem interrupções;
  4. Seja claro ao explicar suas necessidades;
  5. Evite levantar o volume da voz e adotar um tom acusatório;
  6. Não faça comparações para provar um ponto;
  7. Explique suas necessidades com clareza;
  8. Busque por pontos em comum;
  9. Não tenha receio de expressar suas vulnerabilidades;
  10. Não retribua ataques com outro ataque.

Como praticar comunicação não violenta diariamente dentro das empresas?

A seguir estão 10 dicas para você colocar em prática a comunicação não violenta no seu ambiente organizacional:

  1. Pratique a escuta ativa:
    • Dedique tempo para ouvir completamente os colegas, sem interrupções ou julgamentos.
    • Faça perguntas para entender melhor os pontos de vista e as emoções das outras pessoas.
  2. Comunique-se de forma clara e específica:
    • Ao expressar suas observações, seja específico e objetivo sobre o que aconteceu, evitando avaliações ou julgamentos.
    • Use “eu” em suas declarações para evitar a sensação de acusação.
  3. Identifique e compartilhe seus sentimentos:
    • Reconheça e compartilhe seus sentimentos de forma aberta e honesta, usando vocabulário que descreva suas emoções sem culpar os outros.
  4. Expresse suas necessidades:
    • Identifique suas necessidades ou valores subjacentes em uma situação e comunique-as claramente, mostrando o que é importante para você.
  5. Faça pedidos claros e realistas:
    • Faça pedidos específicos e tangíveis, que possam ser realizados pelos outros de forma clara e compreensível.
  6. Evite a linguagem acusatória ou defensiva:
    • Evite críticas, acusações ou culpas ao se comunicar. Em vez disso, foque na observação, nos sentimentos, nas necessidades e nos pedidos.
  7. Pratique a empatia:
    • Coloque-se no lugar dos outros para entender suas perspectivas e sentimentos. Isso pode ajudar a criar um ambiente de compreensão e colaboração.
  8. Resolva conflitos de forma construtiva:
    • Aborde conflitos de maneira respeitosa, focando nas necessidades e nos interesses de todas as partes envolvidas para encontrar soluções mutuamente benéficas.
  9. Participe de treinamentos de CNV:
    • Organize ou participe de sessões de treinamento de CNV para que os membros da equipe possam aprender e praticar juntos.
  10. Crie uma cultura de respeito e diálogo aberto:
    • Promova uma cultura onde a comunicação respeitosa, a empatia e a compreensão mútua sejam valorizadas e incentivadas.

4 dicas para não falhar

Para te ajudar na aplicação da comunicação não violenta aí na sua empresa, separamos quatro dicas que você não pode deixar de se atentar:

1- Confira o livro

Se aprofundar nas nuances da comunicação não violenta com certeza irá te ajudar no seu desenvolvimento e até mesmo pode te apoiar em suas soft skills. Por isso, se o assunto te interrou, não deixe de conferir o livro de Marshall Rosenberg.

2- Foque na solução

Talvez a principal dica, a base da comunicação não violenta com certeza está na solução do problema e não focar no problema. Ou seja, discutir porque um erro aconteceu não vai ajudar muito. O discurso deve estar voltando em “como podemos solucionar isso?

3- Ouvir é a chave

Lembre-se de ouvir com atenção o que o outro está dizendo. É da natureza humana queremos falar sobre nós mesmos, mas ouvir o que o outro tem para dizer será fundamental.

4- Comunicação transparente

As políticas da empresa devem ser o mais claras possíveis. Ou sejam processos comuns como férias, licenças, reembolsos e trabalho remoto, por exemplo, devem estar claro para todos igualmente.

Como a comunicação não violenta se relaciona com feedbacks dentro da empresa?

A cultura dos feedbacks tem se tornado cada vez mais comum dentro das organizações, já que líderes entenderam a importância em trabalhá-lo no dia a dia. Por isso, alinhar esse pilar com a comunicação não violenta pode ser um diferencial na hora de promover os talentos dentro de uma empresa.

A seguir, confira algumas dicas para relacioná-los:

  1. Foco nas observações objetivas:
    • Ao fornecer o feedback, inicie com observações específicas e factuais sobre o comportamento ou a situação em questão, evitando julgamentos ou críticas.
  2. Expressão de sentimentos:
    • Compartilhe como o comportamento observado afetou você ou outros, identificando seus sentimentos em relação a isso. Por exemplo, você pode dizer: “Quando você chegou atrasado para a reunião, fiquei frustrado porque não valorizo a pontualidade.”
  3. Identificação de necessidades:
    • Exponha as necessidades ou expectativas que estão subjacentes aos seus sentimentos, explicando por que o comportamento em questão é relevante para você e para a empresa.
  4. Formulação de pedidos claros:
    • Faça pedidos específicos e concretos para ações futuras que possam atender às suas necessidades. Por exemplo, você pode pedir: “No futuro, poderia se esforçar mais para chegar às reuniões no horário?
  5. Escuta empática:
    • Ao receber feedback, pratique a escuta ativa para entender as observações e sentimentos da outra pessoa. Coloque-se no lugar dela e tente compreender suas necessidades.
  6. Evitar críticas e julgamentos:
    • Evite linguagem acusatória ou crítica ao dar feedback. Em vez disso, concentre-se em expressar sua perspectiva e emoções sem culpar a outra pessoa.
  7. Respeitar a individualidade:
    • Reconheça que as pessoas têm diferentes pontos de vista e necessidades. Respeite essas diferenças e esteja aberto a encontrar soluções que levem em consideração a diversidade de necessidades e experiências.
  8. Feedback contínuo e regular:
    • Estabeleça uma cultura de feedback contínuo na empresa, onde as pessoas se sintam à vontade para fornecer e receber feedback de forma regular, promovendo o aprendizado e o crescimento constante.

Próximos passos

E aí, conseguiu entender o que é comunicação não violenta e como ela funciona?

Faça uso das dicas que citamos aqui e fortaleça as relações entre os colaboradores da sua empresa.

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  • Compartilhar KPIs com agilidade e transparência;
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