À medida que enfrentamos desafios climáticos crescentes, soluções inovadoras são essenciais para moldar um futuro mais sustentável. Uma dessas soluções é o mercado de créditos de carbono, uma abordagem estratégica que permite às empresas e países compensar suas emissões de gases de efeito estufa através de investimentos em projetos ambientais.
Esse mecanismo não só promove a redução da poluição global, mas também incentiva o desenvolvimento de tecnologias limpas e sustentáveis.
Segundo dados divulgados pelo Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, da União Europeia. O mês de abril de 2024 teve a temperatura média do ar à superfície foi de 15,03°C, ficando 0,14°C acima do máximo anterior, de 2016. Destacando assim, a importância de falar sobre medidas sustentáveis e como as empresas e países precisam trabalhar juntas para um mundo melhor.
Neste artigo, te apresento mais sobre os créditos de carbono, como funcionam e muito mais. Confira!
Os créditos de carbono são certificados que representam a redução de uma tonelada métrica de dióxido de carbono ou de um gás de efeito estufa equivalente da atmosfera. Eles são criados por projetos que reduzem, evitam ou removem a emissão de gases de efeito estufa.
Estes projetos podem variar desde o reflorestamento e a conservação de florestas até a implantação de tecnologias de energia renovável ou a captura e armazenamento de carbono.
No mercado de carbono, esses créditos podem ser negociados. Empresas, governos ou outras entidades que não conseguem reduzir suas próprias emissões de gases de efeito estufa para os níveis exigidos pelas regulamentações ou metas voluntárias podem comprar créditos de carbono para compensar essas emissões.
Portanto, cada crédito comprado é essencialmente uma certificação de que a emissão de uma tonelada de CO2 foi prevenida em outro lugar, ajudando a atingir objetivos climáticos globais.
Basicamente, os créditos de carbono funcionam com a ideia de que é importante diminuir a quantidade total de gases do efeito estufa, não importa onde essa redução acontece. Isso significa que empresas ou países que não conseguem diminuir suas próprias emissões podem compensar isso comprando créditos de carbono.
Assim, eles pagam para que projetos em outros lugares façam o trabalho de reduzir as emissões, promovendo práticas sustentáveis em todo o mundo.
Leia também: O que é ESG: conceito, como aplicá-lo aos negócios e quais indicadores acompanhar?
O crédito de carbono é comercializado em dois tipos principais de mercados: o mercado regulado (ou de conformidade) e o mercado voluntário.
No mercado regulado, os governos ou organismos internacionais estabelecem um limite para a quantidade de emissões de gases de efeito estufa que uma empresa ou setor pode emitir. Se uma empresa excede esse limite, ela deve adquirir créditos de carbono para compensar o excesso.
Esses créditos podem ser adquiridos por meio de negociações em bolsas de valores especializadas ou de projetos certificados por esquemas regulatórios, como o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) estabelecido pelo Protocolo de Kyoto.
Dessa forma, a compra de créditos ajuda a financiar projetos de redução de emissões em outros lugares, permitindo que a empresa atenda às regulamentações sem reduzir diretamente suas próprias emissões.
No mercado voluntário, as empresas, governos ou indivíduos compram créditos de carbono por sua própria iniciativa, não por obrigação legal. Esse mercado atende a organizações que desejam melhorar sua responsabilidade corporativa, diminuir sua pegada de carbono ou cumprir metas internas de sustentabilidade.
Os créditos comprados aqui geralmente provêm de projetos que reduzem, evitam ou removem emissões de gases de efeito estufa, como projetos de energia renovável, de reflorestamento ou de captura de carbono.
As transações podem ser realizadas diretamente entre as partes ou por meio de intermediários especializados, e os projetos são frequentemente validados e verificados por terceiros para assegurar sua credibilidade e eficácia.
Os preços dos créditos de carbono podem variar de poucos dólares por tonelada até mais de cinquenta dólares por tonelada.
Isso porque o valor de um crédito de carbono pode variar significativamente, dependendo de vários fatores como a oferta e demanda do mercado, o tipo de projeto de redução de emissões, a localização geográfica do projeto, a rigorosidade e a credibilidade da certificação do crédito, assim como as condições econômicas globais.
Para obter informações precisas e atualizadas sobre os preços dos créditos de carbono, é ideal consultar as bolsas de valores específicas que negociam esses créditos ou plataformas que monitoram o mercado de carbono, como a Carbon Fair ou a BlockC.
No mercado de créditos de carbono, os compradores dos créditos podem ser variados, dependendo do mercado em questão — regulado ou voluntário.
No mercado regulado, as empresas que são obrigadas por lei a limitar suas emissões de gases de efeito estufa são geralmente as que compram créditos de carbono.
Se estas empresas não conseguem reduzir suas próprias emissões até o limite imposto por regulações governamentais, elas precisam comprar créditos para compensar o excesso. Isso assegura que elas cumpram com os padrões ambientais sem ultrapassar suas cotas de emissão.
Exemplos de compradores incluem empresas de indústrias pesadas como siderurgia, cimenteiras, usinas de energia, e outras grandes emissoras de gases de efeito estufa.
No mercado voluntário, os compradores são tipicamente organizações que escolhem compensar suas emissões por razões éticas, de responsabilidade social ou para melhorar sua imagem junto aos consumidores e investidores. Isso inclui:
A certificação de créditos de carbono é um processo crucial para garantir a integridade, transparência e eficácia dos projetos de redução de emissões de gases de efeito estufa. Esse processo envolve várias etapas e pode ser conduzido por várias organizações reconhecidas globalmente.
Primeiramente, é necessário desenvolver um projeto que vise reduzir, evitar ou capturar emissões de gases de efeito estufa. Este projeto precisa ter uma “linha de base”, que é uma estimativa das emissões que ocorreriam na ausência do projeto.
Antes de ser implementado, o projeto deve ser validado por uma terceira parte independente. Esta etapa envolve verificar se o projeto é viável, se as estimativas de redução de emissões são realistas e se o projeto contribui genuinamente para a redução de emissões de gases de efeito estufa.
Após a validação, o projeto precisa ser registrado em um dos vários padrões ou programas de certificação disponíveis. O registro oficializa o projeto e permite que ele emita créditos de carbono. Alguns dos programas de registro mais conhecidos incluem o VCS (Verified Carbon Standard), Gold Standard, e CDM (Clean Development Mechanism).
Periodicamente, uma terceira parte independente deve verificar o projeto para confirmar que as reduções de emissões de gases de efeito estufa declaradas realmente aconteceram. Esta verificação é necessária antes que os créditos de carbono possam ser emitidos.
Após a verificação, os créditos de carbono são formalmente emitidos. Cada crédito representa a redução de uma tonelada métrica de dióxido de carbono ou equivalente.
Os créditos certificados podem então ser vendidos no mercado de carbono, seja no mercado regulado ou voluntário.
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional que foi adotado em 1997 em Kyoto, Japão, sob os auspícios da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). O protocolo foi um dos primeiros tratados ambientais a estabelecer metas legalmente vinculativas para a redução das emissões de gases de efeito estufa para os países industrializados, conhecidos como países do Anexo I.
O principal objetivo do Protocolo de Kyoto era combater o aquecimento global reduzindo as emissões de gases de efeito estufa. Os países industrializados concordaram em reduzir suas emissões coletivas em pelo menos 5% abaixo dos níveis de 1990 no período de compromisso de 2008 a 2012.
Cada país tinha metas específicas de redução que variavam dependendo de uma série de fatores políticos e econômicos.
Uma das características inovadoras do Protocolo de Kyoto foi a introdução de mecanismos de flexibilidade que permitiram aos países cumprir suas metas de emissão de formas custo-efetivas.
Um desses mecanismos foi o MDL, que permitiu que os países industrializados financiassem projetos de redução de emissões em países em desenvolvimento.
Cada tonelada de CO2 reduzida por esses projetos resulta na criação de um Crédito de Redução Certificada de Emissões (CER), também conhecido como crédito de carbono. Esses créditos podem ser usados pelos países industrializados para cumprir uma parte de suas obrigações de redução de emissões.
Os créditos de carbono são uma ferramenta importante no combate às mudanças climáticas, oferecendo tanto vantagens quanto apresentando algumas desvantagens.
Confira algumas delas a seguir:
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