Conheça os CEOs com melhor desempenho de 2017

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Há 16 anos, o escritor Jim Collins utilizou um volante de carro como metáfora do poder de uma liderança forte. Essa comparação é explicada pelo fato da excelência ser alcançada “empurrando implacavelmente um volante pesado em uma direção”. Quando o volante começa a girar, ele tende a continuar. Esse poder do impulso é evidente em nosso ranking dos CEOs de melhor desempenho do mundo em 2017.

Dois dos três principais CEOs deste ano estavam entre os três principais líderes em 2016. Setenta e dois dos 100 líderes do ano passado se repetem e 23 aparecem pelo quarto ano consecutivo. Dos 28 CEOs que caíram da lista desde o ano passado, 11 saíram de suas empresas. (A maior parte do resto, incluindo os CEOs da Heineken e da Vodafone, saíram devido a uma queda significativa no preço das ações).

Em média, esses 100 CEOs geraram lucro de 2.507% em ações (ajustados os efeitos de variação cambial) durante o período de 17 anos, para uma média de 21% de lucro anual. Ao contrário das classificações que se baseiam em avaliações subjetivas ou métricas de curto prazo, nossa lista se baseia em medidas de desempenho objetivas ao longo do mandato do diretor executivo — números que frequentemente se mantêm estáveis. 

Pablo Isla  — Inditex 

O principal artista do ano, sua primeira vez nesse local, é Pablo Isla da Inditex. Ele é o pai da cadeia varejista de moda Zara, Pull & Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho e Uterqüe e do revendedor doméstico Zara Home. Desde que se tornou CEO, em 2005, Isla liderou uma expansão mundial da Inditex. A empresa abriu, em média, uma loja por dia. Esse crescimento aumentou seu valor de mercado em sete vezes e tornou a empresa mais valiosa da Espanha.

Colegas descrevem o estilo de gestão da Isla como humilde e às vezes quase tímido. Embora ele passe a maior parte do tempo viajando para visitar as lojas, ele raramente atende as aberturas das lojas, optando por evitar o centro das atenções. Na sede, ele prefere administrar com reuniões pouco formais. Dessa forma, ele tenta manter uma cultura empreendedora, de pequenas empresas, mesmo com o grande crescimento da organização.  

Entre os varejistas de vestuário, a Inditex se destaca por duas coisas: o sucesso em ajudar os consumidores a migrar entre lojas físicas e compras online e seu sistema de “abastecimento de proximidade”, no qual mais da metade da produção acontece perto das lojas. Isso permite manter os estoques baixos e saltar nas tendências para obter novas mercadorias nas lojas rapidamente.

20 dos CEOs lidam com empresas fora de seus países de origem. Em média, eles se tornam CEOs aos 44 anos e estiveram nos escritórios por 17 anos. 29 têm MBA e 32 tem formação em Engenharia. Somente 2 são mulheres e 81 são insiders.

Se julgássemos CEOs somente com base no desempenho financeiro, o líder melhor colocado seria o fundador da Amazon, Jeff Bezoz. Ele liderou a lista em 2014 e desde então vem tendo o melhor desempenho financeiro. Desde 2015, quando a classificação ESG (baseada em fatores ambientais, sociais e governamentais) se tornou um fator no ranking, Bezos subiu da 87ª posição para a 76ª e depois para a 71ª. A classificação ESG da Amazon permanece baixa. Este ano 88% das empresas mundiais conquistaram mais pontos nos parâmetros ESG.

Mas esses números estão melhorando. A enorme divisão de serviços virtuais da empresa gera sua própria energia solar e eólica e nos últimos dois anos a Amazon contratou diversos executivos sustentáveis experientes. Dessa forma, eles criaram um otimismo acerca das prováveis mudanças que estão por vir. É óbvio que os investidores precisam estar sempre atentos ao desempenho financeiro. Porém, existem evidências de que muitos estão começando a ter um olhar mais atento para a classificação ESG.

No início do ano, Amir Amel-Zadeh, da Saïd Business School, e George Serafeim, da Harvard Business School, publicaram os resultados de uma pesquisa com 413 investidores executivos cujas firmas geriram, em conjunto, US$ 31 trilhões em ativos. Metade deles afirmou usar as informações ESG porque as considerava relevantes para o desempenho do investimento. A outra metade disse acreditar que empresas com alta pontuação ESG representam um investimento de menor risco. 

Atualmente, gestores financeiros frequentemente usam a classificação ESG como uma triagem negativa, recusando investir em empresas de baixa pontuação. Mas os gestores entrevistados disseram que esperam que mais investidores procurem empresas com alta pontuação com o passar do tempo e usem a classificação para impulsionar as empresas a ter melhor desempenho. “Em geral, a evidência em nossa amostra sugere que o uso de informações ESG é impulsionado principalmente por motivos financeiros, e não por motivos éticos”, afirmam os pesquisadores.

Os CEOs listados a seguir merecem elogios por se destacarem nas duas áreas:

Imagens: HBR Brasil 
Esse texto é uma adaptação do artigo publicado pela Harvard Business Review, revista responsável pelo desenvolvimento do ranking de melhores CEOs de 2017.