Em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental, termos como “green”, “eco-friendly” e “sustentável” tornaram-se verdadeiros chamarizes para consumidores, investidores e até colaboradores. No entanto, nem tudo que reluz é ouro verde. Por isso, precisamos falar sobre o greenwashing.
Dados da Comissão Europeia revelaram que 42% das empresas afirmavam seguir práticas socioambientais, que estavam sendo divulgadas de forma exagerando, falsificando ou distorcendo suas ações.
Por que isso está acontecendo? A resposta é simples. Os consumidores querem produtos que não prejudiquem o meio ambiente, os investidores estão focados em empresas que seguem práticas ESG (ambiental, social e de governança), e até os colaboradores preferem trabalhar em lugares que compartilham de seus valores.
No entanto, adaptar-se verdadeiramente às práticas ESG pode ser caro e exigir mudanças drásticas na operação das empresas. Como resultado, muitas optam pelo caminho mais fácil: o greenwashing.
Quer saber mais sobre o greenwashing? Então continue a leitura e confira!
Greenwashing é uma prática em que empresas enganam consumidores, investidores e outros stakeholders ao promoverem uma falsa imagem de responsabilidade ambiental.
Basicamente, é uma estratégia de marketing onde uma empresa faz alegações exageradas, falsas ou enganosas sobre suas práticas e produtos “verdes“, “eco-friendly” ou “sustentáveis“. Dessa forma, o termo “greenwashing” é uma junção das palavras “green” (verde) e “whitewashing” (encobrir), e foi popularizado na década de 1980.
Empresas recorrem ao greenwashing por várias razões, sendo a principal delas capitalizar em cima da crescente demanda por produtos e serviços sustentáveis. Isso porque à medida que os consumidores se tornam mais conscientes dos impactos ambientais de suas escolhas, cresce a preferência por marcas que adotam práticas sustentáveis.
No entanto, implementar mudanças reais nas operações de uma empresa pode ser custoso e demorado. Assim, muitas empresas optam por maquiar suas ações, criando uma aparência de sustentabilidade sem realmente fazer os investimentos necessários para um impacto positivo.
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O socialwashing refere-se à prática de exagerar ou falsificar a responsabilidade social de uma empresa. Enquanto o greenwashing se foca em enganar sobre práticas ambientais, o socialwashing lida com aspectos sociais, como condições de trabalho, direitos humanos, diversidade e inclusão, e contribuição para a comunidade.
Exemplos de socialwashing:
Ambas as práticas são prejudiciais porque desviam a atenção e os recursos de verdadeiros esforços de sustentabilidade e responsabilidade social. Elas enganam os consumidores, investidores e outras partes interessadas, minando a confiança e dificultando o progresso real em direção a um mundo mais justo e sustentável.
Em 1986, Jay Westerveld, enquanto viajava pela ilha de Samoa, hospedou-se em um resort que promovia a reutilização de toalhas como uma iniciativa “ecologicamente correta” para salvar o meio ambiente. O resort encorajava os hóspedes a reutilizar suas toalhas para reduzir o consumo de água e detergentes, apresentando isso como uma maneira de proteger o meio ambiente.
No entanto, Westerveld percebeu que, apesar dessa iniciativa, o resort estava envolvido em práticas muito mais prejudiciais ao meio ambiente, como a expansão de suas instalações sem considerar os impactos ecológicos.
Westerveld viu essa contradição como uma tentativa do resort de parecer mais ambientalmente responsável do que realmente era. Ele cunhou o termo “greenwashing” em um ensaio para descrever essa prática de enganar os consumidores ao promover iniciativas ambientais superficiais, enquanto, na realidade, as ações da empresa eram prejudiciais ao meio ambiente.
Desde então, o termo “greenwashing” ganhou popularidade e passou a ser amplamente utilizado para descrever uma variedade de práticas enganosas. Empresas em diferentes setores começaram a perceber que os consumidores estavam cada vez mais preocupados com questões ambientais.
Ao invés de implementar mudanças significativas e sustentáveis, muitas optaram por usar táticas de greenwashing para melhorar sua imagem pública.
Embora o greenwashing possa parecer uma solução rápida para atrair consumidores conscientes e melhorar a imagem pública de uma empresa, essa prática pode ter consequências desastrosas a longo prazo. Confira algumas delas:
Quando os consumidores descobrem que uma empresa está praticando greenwashing, a confiança é rapidamente corroída. A credibilidade é um ativo vital para qualquer negócio, e recuperar a confiança perdida pode levar anos. A percepção pública de desonestidade pode afastar clientes fiéis e potenciais, levando a uma queda nas vendas e na lealdade à marca.
Em muitas jurisdições, alegações falsas ou enganosas sobre sustentabilidade podem resultar em ações legais e multas significativas.
Reguladores estão cada vez mais atentos às práticas de greenwashing e estão implementando diretrizes mais rígidas para garantir que as empresas sejam transparentes e verídicas em suas declarações ambientais.
Além das multas, os processos legais podem gerar publicidade negativa e mais perda de credibilidade.
Os colaboradores, principalmente as novas gerações, preferem trabalhar para empresas que compartilham de seus valores e que são verdadeiramente comprometidas com a sustentabilidade.
Dessa forma, quando os funcionários descobrem que seu empregador está praticando greenwashing, isso pode levar a desmotivação, diminuição do engajamento e até mesmo ao aumento da rotatividade. A confiança interna é tão importante quanto a externa, e o greenwashing pode prejudicar seriamente a moral da equipe.
Investidores estão cada vez mais focados em empresas que seguem princípios ESG (ambientais, sociais e de governança). A prática de greenwashing pode atrair inicialmente esses investidores, mas a descoberta de práticas enganosas pode resultar na retirada de investimentos.
A perda de apoio financeiro pode dificultar o crescimento e a inovação da empresa, prejudicando sua posição no mercado.
Construir uma marca forte e respeitável requer tempo e esforço. O greenwashing pode causar danos significativos à reputação da marca, tornando difícil reconquistar a confiança dos consumidores.
Marcas que são pegas praticando greenwashing muitas vezes enfrentam campanhas de boicote e críticas intensas nas redes sociais, amplificando ainda mais o impacto negativo.
O greenwashing não prejudica apenas a empresa envolvida, mas também todo o setor. Quando uma empresa é exposta por práticas enganosas, isso pode aumentar o ceticismo dos consumidores em relação a todas as empresas do mesmo setor.
Isso dificulta que empresas verdadeiramente sustentáveis sejam reconhecidas e recompensadas por seus esforços genuínos.
Para entender melhor como o greenwashing se manifesta no mercado, é útil examinar alguns dos exemplos mais comuns de práticas enganosas. Abaixo estão algumas táticas frequentemente usadas por empresas que se enquadram em greenwashing:
Muitas empresas usam termos como “eco-friendly”, “natural”, “verde” ou “sustentável” sem fornecer detalhes ou provas concretas que sustentem essas alegações. Esses termos são frequentemente vagos e não regulamentados, o que significa que podem ser usados sem um padrão claro.
Algumas empresas criam seus próprios selos de certificação ou usam certificações que não são reconhecidas, enganando consumidores a acreditarem que seus produtos passaram por rigorosos processos de verificação.
Uma marca de cosméticos que usa um selo “100% natural” sem qualquer certificação de uma entidade confiável é um exemplo.
Empresas podem destacar uma pequena prática ambientalmente correta para desviar a atenção de impactos negativos significativos em outras áreas de suas operações.
Uma grande empresa pode promover uma pequena doação para a plantação de árvores enquanto continua a prejudicar o meio-ambiente em suas operações é um exemplo clássico de greenwashing.
Algumas empresas fornecem informações incompletas sobre suas práticas ambientais, omitindo detalhes importantes que poderiam pintar uma imagem mais precisa e menos favorável.
Exemplo: Uma empresa de moda que afirma usar algodão orgânico em uma pequena parte de suas coleções enquanto a maior parte de suas roupas é feita com métodos convencionais e insustentáveis.
A prática de comprar créditos de carbono para compensar as emissões de gases de efeito estufa é frequentemente usada para parecer mais ecológica. No entanto, esses créditos podem ser comprados de projetos que não têm um impacto real ou verificável.
Uma companhia aérea pode, por exemplo, promover a compra de créditos de carbono para compensar suas emissões, mas esses créditos são de projetos duvidosos e de baixo impacto.
Leia também: Descarbonização: o que é e as energias renováveis
Algumas empresas lançam um único produto “verde” enquanto a maior parte de suas operações e produtos continuam sendo ambientalmente prejudiciais.
Quer um exemplo? Um fabricante de carros que promove um modelo de veículo elétrico enquanto a maioria de sua linha de produtos é composta por veículos de combustão interna de alta emissão.
Campanhas publicitárias que exageram ou distorcem a verdade sobre os esforços ambientais de uma empresa podem enganar os consumidores sobre o real impacto ecológico.
Uma marca de água engarrafada que anuncia a reciclagem de suas garrafas, mas não menciona que a maioria do plástico acaba em aterros sanitários pode ser uma dessas práticas de greenwashing.
Algumas empresas mudam suas cores e design de marketing para verde e usam imagens de natureza em seus materiais promocionais para criar uma impressão de sustentabilidade sem realmente implementar práticas sustentáveis.
Exemplo: uma marca de produtos de beleza que muda suas embalagens para tons de verde e usa imagens de folhas e árvores, mas mantém fórmulas químicas prejudiciais e práticas de produção não sustentáveis.
A seguir, confira algumas práticas de greenwashing que aconteceram e são exemplos para serem estudados do que não fazer:
Em 2015, a Volkswagen foi envolvida em um dos maiores escândalos de greenwashing da história, conhecido como “Dieselgate“. A empresa havia promovido seus carros a diesel como veículos ecológicos com baixas emissões.
Foi descoberto que a Volkswagen havia instalado software em seus veículos para manipular os resultados dos testes de emissões, fazendo parecer que os carros eram muito mais ecológicos do que realmente eram. Na verdade, os carros emitiam até 40 vezes mais poluentes do que os limites permitidos.
A Volkswagen enfrentou multas bilionárias, processos legais e um enorme golpe em sua reputação global.
A gigante do varejo H&M lançou sua “Conscious Collection“, alegando que as roupas eram feitas de materiais sustentáveis e produzidas de maneira ambientalmente responsável.
Investigações revelaram que muitos dos materiais usados não eram tão sustentáveis quanto a empresa afirmava. Além disso, a produção em massa e as práticas trabalhistas questionáveis da H&M contradiziam as alegações de sustentabilidade.
H&M foi criticada por ambientalistas e consumidores, levando a questionamentos sobre a verdadeira sustentabilidade de suas práticas.
Em 2000, a British Petroleum (BP) passou por um rebranding significativo, mudando seu nome para “Beyond Petroleum” e adotando um novo logo verde, promovendo-se como uma empresa líder em energia sustentável.
Apesar do novo nome e imagem, a BP continuou a investir pesadamente em petróleo e gás, e foi responsável por desastres ambientais significativos, incluindo o derramamento de óleo no Golfo do México em 2010.
A BP foi criticada por usar marketing enganoso para desviar a atenção de suas práticas prejudiciais ao meio ambiente.
Nestlé promoveu suas marcas de água engarrafada, como Pure Life, como opções saudáveis e ambientalmente responsáveis, com embalagens “eco-friendly”.
Críticos apontaram que a extração de água pela Nestlé em várias regiões do mundo causou impactos ambientais e sociais negativos, incluindo a diminuição dos níveis de água subterrânea e conflitos com comunidades locais. Além disso, a produção e descarte de garrafas plásticas contribuem significativamente para a poluição plástica.
A Nestlé enfrentou boicotes e campanhas de ativistas, aumentando a conscientização sobre os impactos negativos de sua operação de água engarrafada.
Com a crescente demanda por responsabilidade corporativa e transparência, as empresas enfrentam o desafio de implementar e monitorar práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) de maneira eficaz e genuína.
O risco de cair em práticas de greenwashing é alto para aquelas que não têm ferramentas adequadas para gerenciar e relatar suas iniciativas de sustentabilidade. É aqui que o STRATWs One se destaca como o software de gestão ideal.
STRATWs One é uma plataforma abrangente de gestão estratégica que ajuda empresas a monitorar, medir e melhorar seu desempenho em diversas áreas, incluindo iniciativas ESG.
Este software oferece uma gama de ferramentas que permitem às organizações gerenciar suas operações com maior transparência e eficiência, assegurando que suas práticas e relatórios sejam alinhados com os verdadeiros princípios de sustentabilidade.
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