Jidoka: o que é e como funciona esse processo de automação?

Empresas de todos os tamanhos enfrentam o desafio constante de otimizar seus processos, ao mesmo tempo em que minimizam erros e desperdícios. É aqui que entra o conceito de Jidoka, que tem revolucionado a maneira como as indústrias operam nas últimas décadas. 

Isso porque o Jidoka não só melhora a eficiência, mas também garante uma qualidade superior do produto, reduzindo drasticamente os custos e aumentando a satisfação do cliente. Além disso, juntamente com o Just in Time, é um dos pilares do Sistema Toyota e atua diretamente na inspeção de qualidade.

Mas e aí, quer saber mais sobre o Jidoka, a sua origem, como funciona na prática e a diferença para os outros termos do Sistema Toyota? Então continue a leitura deste conteúdo!

O que é Jidoka?

A essência do Jidoka reside na ideia de que máquinas e trabalhadores devem ter a capacidade de detectar quando um problema surge e parar imediatamente a produção. Isso porque será custoso para a empresa corrigir problemas em massa, sendo que é possível parar a produção, consertar o problema e garantir que os próximos sejam produzidos com maior qualidade.

Ou seja, o princípio do Jidoka destaca que é melhor interromper o processo do que continuar a produzir defeitos. Dessa forma, ajuda a evitar a propagação de defeitos ao longo da linha de produção e reduz o desperdício, melhorando assim a qualidade geral do produto.

Além disso, o Jidoka empodera os trabalhadores, dando-lhes maior responsabilidade e envolvimento no processo de qualidade. Afinal, eles deixam de ser apenas operadores de máquinas e são também solucionadores de problemas e agentes ativos na melhoria contínua.

Qual a origem da palavra Jidoka? E qual a sua história?

A palavra em si é uma combinação de dois conceitos japoneses: “Ji“, que significa “automático” ou “automatizado“, e “Doka“, que se refere a “humanização” ou “humanidade“. Portanto, Jidoka pode ser traduzido como “automação com um toque humano”.

A ideia de Jidoka ganhou destaque pela primeira vez com Sakichi Toyoda, o fundador da Toyota Industries, que desenvolveu um tear automático na década de 1920.

Este tear era capaz de parar automaticamente quando um fio se rompia, prevenindo a produção de tecidos defeituosos e permitindo que um único operador supervisionasse vários teares ao mesmo tempo. Esse conceito de parar a produção quando um problema é detectado foi fundamental para a evolução do Jidoka.

Como o Jidoka funciona na prática?

Imagine uma linha de montagem em uma fábrica. Em um sistema tradicional, as máquinas e os trabalhadores continuam a produção independentemente de erros ou defeitos, o que pode levar à acumulação de produtos defeituosos e a um aumento nos custos de retrabalho.

Com o Jidoka, o processo é diferente.

Se uma máquina detecta um problema, como um componente mal encaixado ou uma falha técnica, ela automaticamente para a produção. Esse sistema é frequentemente acompanhado por um sinal visual ou sonoro, alertando os trabalhadores sobre o problema.

Quando a produção é interrompida, a equipe não apenas trabalha para corrigir o erro imediato, mas também investiga a causa raiz do problema. Isso pode envolver a análise do processo de produção, a inspeção de equipamentos ou a revisão das práticas de trabalho. 

Dessa forma, o objetivo é não apenas corrigir o defeito, mas também implementar medidas para prevenir sua recorrência. Este aspecto do Jidoka é crucial, pois promove uma cultura de melhoria contínua e aprendizado constante.

Leia também: Diagrama de Ishikawa: identifique a causa raiz dos seus problemas

Qual a diferença para o Poka Yoke?

Como mencionado anteriormente, o objetivo do Jidoka é identificar e corrigir problemas imediatamente, evitando a propagação de defeitos e garantindo a qualidade do produto.

O Poka Yoke, por outro lado, é um termo japonês que significa “à prova de erros” ou “prevenção de erros“. Este conceito foca na prevenção de erros antes que eles ocorram, por meio do design de processos ou dispositivos que tornam impossível a ocorrência de erros ou que tornam os erros imediatamente óbvios.

Além disso, o Poka Yoke é frequentemente implementado por meio de dispositivos ou modificações simples nos processos de trabalho que ajudam a evitar erros humanos, como esquecimento, desatenção ou mal-entendidos.

Outros termos do Sistema Toyota

O Sistema Toyota de Produção é um conjunto de ferramentas bastante robusto e que conta com um grupo de soluções práticas para ajudar a indústria a diminuir custos, aumentar a produtividade, por exemplo.

Assim, além do Jidokam, você também deve conhecer:

1- Just in Time (JIT)

Este é um dos pilares do Sistema Toyota. Just in Time refere-se a um sistema de produção que se concentra em otimizar os fluxos de processo e reduzir o desperdício, produzindo apenas o que é necessário, quando é necessário e na quantidade necessária.

Isso significa que os componentes são entregues exatamente no momento em que são necessários na linha de produção, reduzindo assim o estoque e os custos associados.

2- Lean Manufacturing

Embora não seja um termo originalmente do Sistema Toyota, o Lean Manufacturing foi fortemente influenciado por ele. Refere-se a uma filosofia de gestão focada na redução de desperdícios (ou “Muda”) em todos os aspectos da produção. Inclui a otimização de processos, a minimização de estoques, e a melhoria contínua, visando aumentar a eficiência e a qualidade.

3- Kaizen

Kaizen é um conceito japonês que significa “mudança para melhor” ou “melhoria contínua”. No contexto do Sistema Toyota, refere-se à prática de fazer pequenas mudanças incrementais nos processos, produtos ou serviços para melhorar a qualidade e a eficiência. Kaizen envolve todos os funcionários da organização, desde a alta administração até os trabalhadores da linha de frente.

4- Muda, Mura e Muri

Os 3 Ms referem-se aos tipos de desperdícios que podem acontecer dentro de uma empresa. São eles:

• Muda: Muda é a palavra japonesa para “desperdício“. A eliminação do Muda é crucial para a eficiência operacional e a redução de custos. Nesse caso, é fundamental cortar qualquer atividade que não gere retorno para a empresa.
• Mura: Mura significa “inconsistência” ou “irregularidade“. No contexto da produção, refere-se à variabilidade nos processos que pode levar a ineficiências. A eliminação do Mura envolve a padronização de processos e a nivelamento da carga de trabalho para garantir um fluxo de trabalho suave e consistente.
• Muri: Muri significa “sobrecarga” ou “excesso“. No Sistema Toyota, refere-se à imposição de demandas irrealistas ou excessivas sobre trabalhadores ou equipamentos, o que pode levar a defeitos, falhas e ineficiências. Evitar o Muri envolve a criação de um ambiente de trabalho que equilibra a carga de trabalho e não sobrecarrega os recursos.

Por que o Jidoka é muitas vezes esquecido ou deixado de lado?

Acredito que já deu para você perceber que o Jidoka é fundamental para as empresas que estão em busca de eliminar desperdícios. No entanto, ele ainda é frequentemente deixado de lado. Algumas razões para isso são:

• Foco excessivo na eficiência e velocidade: muitas empresas priorizam a eficiência e a velocidade de produção acima de tudo. O Jidoka, que envolve parar a produção quando um problema é detectado, pode ser visto como um obstáculo a esses objetivos. A mentalidade de “produzir a todo custo” pode levar as empresas a ignorar a importância de detectar e corrigir problemas no início do processo.
• Cultura organizacional: a implementação efetiva do Jidoka requer uma mudança cultural significativa. Em muitas organizações, há resistência à ideia de parar a linha de produção, pois isso é frequentemente visto como um sinal de ineficiência ou falha. Além disso, o Jidoka exige que os trabalhadores tenham um papel mais ativo na identificação e resolução de problemas, o que pode ser um desafio em culturas empresariais mais tradicionais.
• Falta de entendimento ou treinamento: o Jidoka é um conceito que pode ser mal compreendido. Algumas empresas podem não entender completamente como implementá-lo ou podem não investir no treinamento necessário para seus funcionários. Sem um entendimento claro de como o Jidoka funciona e de seus benefícios, é difícil implementá-lo com sucesso.
• Visão de curto prazo: Jidoka é uma estratégia de longo prazo que foca na qualidade e na melhoria contínua. Algumas empresas, particularmente aquelas sob pressão para atingir metas de curto prazo, podem achar difícil justificar a interrupção da produção para abordar problemas de qualidade, preferindo métodos que produzam resultados imediatos.
• Desafios na implementação: implementar o Jidoka pode ser tecnicamente desafiador. Requer a integração de sistemas de detecção de falhas nas máquinas e processos, bem como a capacitação dos trabalhadores para responder adequadamente a esses alertas. Esses desafios podem desencorajar algumas empresas de adotar o Jidoka.

Próximos passos

Investir nesse tipo de gestão e ferramenta de solução de problemas é um dos melhores caminhos para atingir o sucesso na condução de uma empresa.

Nesse sentido, o ideal é contar com um sistema de planejamento estratégico que contribui para aumentar, engajar e turbinar seus resultados, com recursos visuais que melhoram o desdobramento estratégico da empresa.

Esse sistema de gestão empresarial permite o acompanhamento integrado do desempenho corporativo, assim como o monitoramento e a centralização de todos os indicadores, com foco na tomada de decisão.

E, no mercado, um software que possui todas essas características é o STRATWs One, que possibilita aos gestores organizar sua rotina de trabalho com melhor gerenciamento e engajamento de todo o time.

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