Qual é a importância de executar a estratégia da sua empresa? Dizer “nós encontramos a estratégia perfeita” é um mito que se equivale ao famoso “e viveram feliz para sempre”. Uma estratégia nunca é perfeita por si só. Ela tem que ser moldada, aprimorada ou até mesmo limitada pelos implementadores.
Bons líderes podem fornecer um bom cenário e as ferramentas fundamentais para o time desenvolve-la, mas a guerra só é conquistada no campo de batalha. Quando uma estratégia parece brilhante, isso se justifica pela qualidade da sua execução.
Em anos de pesquisa, pode-se observar que líderes experientes conseguem o sucesso das suas estratégias focando em quatro atitudes na implementação. Conheça cada uma delas:
Quando a Apple lançou o iPhone em 2007, com a AT&T como fornecedor exclusivo de serviços, a gigante das telecomunicações Verizon decidiu lançar seu próprio smartphone. Ela sabia que tinha que agir rápido, então seus líderes começaram a mudar a forma como eles operavam
Em vez de trabalharem sozinhos, eles se juntaram ao Google e a Motorola. Ao invés de pensarem que eram bons o suficiente sozinhos, eles usaram as capacidades e os dados compartilhados de seus parceiros e criaram um excelente produto em tempo recorde, na temporada de férias de 2009.
Nos dois meses pós-lançamento, as vendas da Droid superaram os números de lançamento do iPhone. A Verizon não poderia ter mudado tão rapidamente e com sucesso na sua estratégia sem estar disposta a questionar e a reformular as estruturas organizacionais tradicionais.
Uma boa execução exige largura e profundidade. Grandes estratégias precisam de opções locais. Um CEO de um banco implementou com sucesso sua nova estratégia ao incluir um posicionamento “eco-friendly”. Ou seja, o banco tomou frente de ter responsabilidade com o meio ambiente em um país com fortes valores ambientais. Dessa forma, o CEO promoveu amplas sessões de conscientização para todos os funcionários, para que eles entendessem o que estava acontecendo.
Mas foi só a partir do momento em que muitos voluntários começaram a avançar a visão do CEO, através de inovações em produtos e relacionamentos com os clientes, que a estratégia foi consolidada. Ele não se preocupou em converter os mais céticos. Ele insistiu em que todas as áreas da empresa fizessem mudanças e que todas as inovações a serem feitas já fossem pré-determinadas. Ele começou um processo de bola de neve. Neste caso, as vitórias dos campeões se tornaram histórias de sucesso, que estimularam os outros a adotar práticas parecidas.
Líderes visionários enxergam mais quando veem através de muitos olhos. Isso significa manter uma estreita comunicação com seus colaboradores. É só você pensar na relação que um time de futebol tem com seu treinador durante todo o jogo.
O CEO (Diretor Executivo) e o COO (Diretor de Operações) de uma ONG estavam lançando uma nova estratégia, que se baseava em processos rígidos, com muitas regras inquebráveis. Durante a execução, eles se depararam com obstáculos e insuficiências que os fizeram perceber que precisavam afrouxar os controles dos processos.
Dessa forma, eles conseguiram trabalhar em conjunto com os interessados no projeto, sem tantos obstáculos e com melhores maneiras de atingir seus objetivos em comum. Valores compartilhados unem as pessoas. Arrogância e falta de comunicação destroem a execução.
David Kenny se tornou o CEO da Weather Company e trouxe o seu canal de TV para a era digital baseando-se na construção de uma grande base analítica de dados. Era esperado dos meteorologistas “on-air” que apenas produzissem conteúdo para redes sociais e canais digitais. Enquanto isso, os produtores digitais desenvolveriam vídeos que pudessem ser vistos online, em computadores e celulares, e também na TV.
Isso se tornou difícil e oneroso e, ao mesmo tempo, a divergência entre os dois lados aumentou. O crescimento dramático do digital se tornou um problema para a TV. Então, ao invés de cada um deles dobrar seus esforços para competir, Kenny dividiu as funções em dois. O aumento do desempenho da TV levou a uma venda lucrativa dos ativos digitais.
“Tentar, testar, aprender e modificar” é uma abordagem melhor do que aderir a algo que não está produzindo resultados.
A estratégia pode ser pensada como o esforço literário exigido para elaborar um roteiro completo, que será entregue aos atores, esses que vão executa-lo palavra por palavra. Mas eu prefiro pensar nesse processo como um teatro de improvisação. Assim, você consegue visualizar que a estratégia toma a forma que os atores se propõem a fazer para sua audiência específica. Essa que, por sua vez, vai dar seu feedback.
Assim como os protótipos de produtos tecnológicos que começam com uma fase silenciosa, a estratégia geralmente surge de um planejamento cuidadoso, seguido de diversas experiências de execução. Depois de diversas tentativas focadas num mercado específico, o produto é anunciado. Alguns líderes costumam até mesmo esperar uma execução ser bem-sucedida para anunciar a estratégia.
Para todas as conversas audaciosas sobre objetivos, quanto maior a promessa, mas intensa a queda quando a execução não condiz com o esperado. É importante evitar a tentação de declarar vitória logo no anúncio da estratégia. Pode ser que todo seu planejamento dê errado se a execução não for feita de forma correta. Portanto, incentive a inovação, comece com a execução e deixe para nomear a estratégia no final!
Texto adaptado daqui.
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