Planejamento de segurança do trabalho: estratégia para prevenção de acidentes

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Acidentes no ambiente de trabalho são situações indesejadas que atingem todo tipo de organização, independentemente da sua área de atuação. Sabendo disso, como mensurar esses danos, gerenciar esses riscos e tentar reduzi-los? A resposta é para isso está no planejamento de segurança do trabalho.
No Brasil, esse cenário é bastante alarmante. De acordo com dados do Observatório de Segurança do Trabalho divulgado no G1, 1 pessoa morre a cada 3 horas vítima de acidente de trabalho no Brasil.
Ainda de acordo com essa pesquisa, a média de acidentes de trabalho é de um caso a cada 51 segundos (e isso porque a análise foi feita apenas com base em trabalhadores registrados no regime CLT). Não à toa, no nosso país, o dia 28 de abril foi escolhido como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
Mesmo que todas as empresas possam estar suscetíveis a situações de insegurança, é na indústria mineradora que elas são mais recorrentes. Por isso, o planejamento de segurança do trabalho deve fazer parte da cultura organizacional, garantindo que a empresa esteja sempre atenta às condições de trabalho.
Mas a boa notícia é que, mesmo compreendendo que essas ocorrências não podem ser previstas, é possível mudar essa situação com um bom planejamento de segurança do trabalho.
Os gestores costumam lidar com esses problemas apenas quando eles já aconteceram, mas existem algumas formas de amenizar os riscos! Vamos te explicar nesse artigo o conceito e a importância do planejamento de segurança do trabalho.
Continue a leitura!
O que é segurança do trabalho?
A segurança do trabalho é constituída por medidas e ações que são adotadas no planejamento estratégico da gestão. Essas ações possuem o objetivo de prevenir e proteger os colaboradores de possíveis incidentes e doenças ocupacionais, decorrentes do seu próprio ambiente.
Assim, o objetivo é garantir um ambiente saudável e seguro para os trabalhadores. Ele faz parte da gestão de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) e é fundamental para atender a legislação, como a CLT e as Normas Regulamentadoras (NRs).
Identificar, avaliar e controlar situações de risco são funções essenciais do planejamento de segurança do trabalho. Com esse tipo de gestão, a produtividade das empresas, a motivação e o engajamento dos funcionários podem aumentar exponencialmente.
1- Palavras-chave para o planejamento de segurança do trabalho
Para construir um bom planejamento de segurança do trabalho, é essencial entender os conceitos básicos que norteiam a gestão de riscos. Abaixo, explicamos os principais:
- Desvio: é quando uma atividade rotineira é executada de forma atípica. Ela acaba sendo exposta a mais riscos do que em sua execução natural.
- Perigo: é o tipo específico de risco que cada situação possui, dependendo da natureza da sua ação.
- Probabilidade: é a chance que existe do perigo se concretizar em determinada situação.
- Severidade: é o grau da consequência gerada pela situação.
- Exposição: é o tempo que o colaborador fica exposto à determinada situação de perigo.
2- Comunicação de Acidente de Trabalho: qual é a sua importância para o planejamento de segurança do trabalho?
Dentro desse contexto, um aspecto essencial é a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT). Quando ocorre um acidente, seja de menor ou maior gravidade, é fundamental que ele seja comunicado imediatamente aos responsáveis pela segurança e aos gestores da empresa.
Todos na sua empresa devem estar cientes disso, porque, assim, é possível garantir que as medidas corretivas sejam tomadas rapidamente, evitando agravamentos e cumprindo as obrigações legais previstas pela legislação.
A comunicação eficiente também ajuda a registrar o evento para futuras análises, e isso faz toda a diferença no planejamento de segurança do trabalho. Dessa forma, você consegue identificar falhas no processo e implementar ações preventivas, assegurando que o ambiente de trabalho continue a evoluir de forma segura e alinhada às melhores práticas de segurança.
Planejamento de segurança do trabalho: as pirâmides de Bird e Heinrich
1- Teoria da Pirâmide de Herbert William Heinrich
O engenheiro norte-americano Herbert William Heinrich publicou, em 1931, o livro “Industrial Accident Prevention: A Scientific Approach”. Nele, o autor desenvolve sua teoria de segurança, que tem como base de pesquisa o comportamento dos funcionários de determinadas empresas.
Para formular a teoria de Heinrich, este autor utilizou como objeto de estudo diversos relatórios de acidentes enviados às seguradoras de empresas. Com eles, chegou à conclusão de que, para cada acidente que provoca um ferimento grave, existem 29 acidentes que causam ferimentos leves. Além deles, também ocorrem 300 acidentes sem maiores consequências.
Na sua pesquisa, Herbert William Heinrich concluiu que 95% de todos os acidentes de trabalho têm suas causas fundamentadas em atos inseguros cometidos pela equipe. Esses atos, por sua vez, estão intrinsecamente ligados às condições inseguras do próprio ambiente de trabalho.
Com essas conclusões, segundo a teoria de Heinrich, as condições as quais os funcionários são submetidos nas organizações começaram a ser vistas como uma das causas raiz da insegurança. Dessa forma, elas se tornaram objetos de controle e monitoramento da prevenção de acidentes.
2- Pirâmide de Frank Bird
Nos anos 60, outro engenheiro chamado Frank Bird Jr. deu continuidade à teoria de Heinrich. Ele adicionou o controle de perdas ao estudo do primeiro autor, que incluiu danos materiais e físicos à propriedade. Assim, a pirâmide de Frank Bird é mais ampla.
Bird fez dois estudos importantes para o desenvolvimento da pirâmide, sendo sua última análise a considerada mais relevante para o planejamento de segurança do trabalho atual. Ela foi realizada a partir da observação de mais de um milhão de acidentes de 297 empresas das mais variadas segmentações.
A relação encontrada por Bird deu origem à uma das variações mais utilizadas da pirâmide de desvios. Denominada 1-10-30-600, essa equação demonstra que, de cada 600 incidentes, 30 causam danos materiais, 10 causam danos físicos leves e 1 causa dano físico fatal.
Essa relação se tornou na famosa pirâmide de Frank Bird.
Planejamento de segurança do trabalho tem tudo a ver com gestão de riscos! Veja mais neste webinar gravado com Marcello Ladeira e Guilherme Dornas:
3- O que podemos aprender com essas pirâmides?
De forma objetiva, as pirâmides são aplicáveis no planejamento de segurança do trabalho das empresas. Assim, o desenvolvimento das pirâmides de demonstra que a insegurança se inicia pelo descontrole das atividades e avança por efeito dominó.
Ela pode evoluir para acidentes com consequências potenciais ou reais, sejam elas para os materiais, equipamentos, instalações ou às próprias pessoas da empresa.
Mas como evitar esse tipo de comportamento inseguro? Veja algumas dicas:
- Criar melhores condições para os colaboradores por meio de um planejamento de segurança do trabalho;
- Monitorar constantemente o desenvolvimento das atividades;
- Ir na raiz dos problemas que causam acidentes para evitar sua recorrência;
- Investir em treinamento de qualidade;
- Cumprir as normas de segurança;
- Manter os padrões de controle de qualidade;
- Investir na gestão de riscos;
- Registrar todos os eventos, fatais ou não, de erros causados pela insegurança.
Planejamento de segurança do trabalho e planejamento estratégico
Para desenvolver o planejamento de segurança do trabalho, dos processos e dos colaboradores envolvidos na execução, é necessário investir no planejamento estratégico da gestão.
Um erro comum em torno do desenvolvimento dessas ações é acreditar que, para isso, seja necessário adicionar um gasto ao orçamento. Na realidade, o que deve acontecer é um remanejamento (dentro do planejamento estratégico financeiro) do que já é utilizado na reparação de danos dos acidentes para sua prevenção.
Dessa forma, o ganho da prevenção de acidentes atinge os colaboradores, que têm seus direitos garantidos e se sentem mais engajados e motivados a trabalhar num local que se importa com a segurança dos funcionários.
Além disso, apresenta enorme relevância para a própria empresa, que economiza ao planejar estrategicamente a prevenção de acidentes para reduzir gastos de contra-ataque dessas eventualidades, como ações de reparação e indenizações.
Para garantir que a sua empresa esteja traçando estratégias eficientes, os indicadores de segurança ajudam a monitorar e avaliar a efetividade das ações implementadas no planejamento de segurança do trabalho.
Próximos passos
Ao entender a importância de um bom planejamento de segurança do trabalho, é hora de refletir sobre como aplicar esse conhecimento de forma prática no dia a dia da sua empresa.
O planejamento de segurança do trabalho é essencial e é a primeira etapa para criar ambientes mais seguros e produtivos. Mas o verdadeiro sucesso está na execução e no longo prazo, certo? Por isso, a próxima etapa deve ser focar em sua implementação contínua e aprimorada ao longo do tempo.
Assim como qualquer estratégia de sucesso, a segurança no trabalho deve ser um processo dinâmico, com ajustes regulares, aprendizados e evolução. E, para garantir que sua empresa esteja sempre avançando nesse caminho, a chave está na melhoria contínua.
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